quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Manuel da Maia

Nasceu em Lisboa, no ano de 1680 e terá falecido em 1768.

Manuel da Maia, engenheiro militar foi encarregado, pelo Marquês de Pombal ministro de Rei D. José, de dirigir a reconstrução de Lisboa aquando da destruição provocada pelo Terramoto de 1755.

Manuel da Maia, era ao tempo militar com o posto de General e simultaneamente o Engenheiro -Mor do Reino do Reino. Para desenvolver essa tarefa seleccionou oficiais engenheiros e praticantes da academia Militar de modo a poder apresentar as plantas de reconstrução da baixa da cidade.

“O sismo teve o epicentro no mar, a oeste do estreito de Gibraltar antigiu o grau 8,6 na escala de Richter e o abalo mais forte durou sete intermináveis minutos. Por ser Sábado, acorreram mais pessoas ás preces. As igrejas tinham os devotos mais madrugadores. Só na igreja da Trindade estavam 400 pessoas. Se os abalos tivessem começado mais tarde, teria havido mais vitimas, pois os aristocratas e burgueses iam á missa das 11 horas. Depois dos abalos, começaram as derrocadas. O Tejo recuou e depois as ondas alterosas tudo destruíram a montante do Terreiro do Paço e não só. Era o fim do mundo!”

Os incêndios lavraram por grande parte da cidade durante intermináveis dias. Foram dias de terror. As igrejas do Chiado e os conventos ficaram destruídas. A capital do império viu-se em ruínas, já para não falar de outras zonas do pais, como o Algarve, muitíssimo antigida pelo sismo e maremotos subsequentes. Do Convento do Carmo, construído ao logo de mais de trinta anos e triminado, provavelmente, em 1422, com o empalho e verbas do Condestável Nuno Álvares Parreira, sobrou um amontoado de ruínas. A comunidade italiana que mandara construir a Igreja do Loreto viu cair o sino da torre, e, de seguida, o incêndio tudo consumiu. Ficaram os escombros. Quanto ás igrejas da Trindade e do Sacramento desapareceram. «O Sacramento, das 17 freguesias que sobre a ruína do abalo sofreram o estrago do incêndio, foi das mais destroças nessas horas funestas.» Não foi poupado o antigo Convento do Espírito Santo, que haveria de transformar-se nos Armazéns do Chiado e Grandela. As ruínas do Convento do Espírito Santo foram depois compradas por um argentário, conhecido por Manuel dos Contos, mais tarde barão de Barcelinhos e depois visconde. A filha única casou com o 2º visconde de Ouguela, que foi proprietário do edifício ate ao dia em que o vendeu para ser transformado nos hotéis Europa, Gibraltar, Universal, (tão falado em”Os Maias” de Eça de Queirós) e Hotel dos Embaixadores, que já não existem. Sofreram um grande incêndio, em Setembro de 1880. Em 1894, os Armazéns do Chiado adquiriram a parte central. Outro incêndio, o de Agosto de 1988 destruiu por completo aquele espaço. Os mais cépticos não acreditaram que o Chiado renascesse, mas ficou provado que ele tem”artes mágicas” para reviver e atrair a si tudo e todos.


Entre as medidas que se salientam na reconstrução salienta-se a hipótese de construção total de toda a zona destruída. Por isso todos os edifícios foram deitados abaixo e se traçou uma nova zona na cidade de um modo que ainda no presente pode ser verificado já que se encontra toda a zona de total modo preservada que atesta não apenas a qualidade da construção que foi realizada, bem como o projecto urbanístico que caracteriza essa zona que fincou conhecida como Baixa Pombalina.

Os estudos para a renovação da cidade começaram, pode-se afirmá-lo, logo em Dezembro de 1775, data da apresentação dos cinco”modos” para a renovação da “cidade baixa de Lisboa”, pelo Engenheiro-mor do Reino, Manuel da Maia, ao Duque de Lafões na qualidade d Regedor das Justiças.

As plantas elaboradas concretizadas, na ortogonalidade dos traçados das ruas,”o espírito cartesiano das nossas cidades, vilas e fortalezas do fim de Seiscentos” que, como vimos anteriormante,”deria, de facto, da base tratadistica desses engenheiros militares. Serão Pimentel, por exemplo, recomenda no seu tratado que no centro da Fortaleza ou povoação se deve deixar um terreiro ou praça grande que deve ser a principal de armas, e de onde irromperão umas ruas directas aos baluartes e com lados paralelos ás cortinas da fortificação regular”.

Para alem da ortogonalidade utilizada na traçagem das ruas, foi também opção somente a construção de prédios com apenas dois pisos sobre as lojas. Do mesmo modo introduziu o conceito de cercea de 45º, uma regra urbanística que relacionava a largura da rua com a altura que era autorizada para a construção das casas. No caso da construção da Baixa Pombalina a largura da rua era a altura permitida para a construção dos prédios. Para dar inicio o mais rapidamente á reconstrução apresa-se a propor a demolição da:

“Totalidade da cidade “baixa” para depois se proceder à sua renovação, com ruas mais largas e edifícios com apenas dois pisos sobre as lojas do piso térreo. Sabendo os problemas com as reacções dos proprietários, Manuel da Maia apressa-se a estudar uma forma de se efectuarem as competentes avaliações dos bens de cada um

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